quinta-feira, 24 de março de 2011

RECUPERAÇÃO ESCOLAR


ATIVIDADE APRESENTADA NO CURSO DE PEDAGOGIA - FAPI - PINHAIS
RECUPERAÇÃO ESCOLAR

 Vera Lúcia Pereira de Souza

A recuperação escolar é uma das atividades importantes, que se discute no plano escolar.
A preocupação com a aprendizagem dos alunos igualmente é política, porque as escolas são rotuladas a partir dos saldos das avaliações externas, desempenhadas por seus alunos.
Os resultados de rendimento e aproveitamento escolar, analisados por meio das avaliações externas, são apreensões duráveis nas escolas públicas municipais e estaduais.
Todo o envolvimento da política estadual e municipal com o rendimento escolar, também está vinculado às metas nacionais do Plano de Desenvolvimento da Educação, que pretende atingir a média nacional 6, até 2021. Esse é um índice de desempenho internacional. (BRASIL, 2001, p. 22).
A média alcançada pelas 4ª séries das escolas públicas nacionais, na Prova Brasil de 2007, foi de 4,2. (BRASIL, 2008).
À escola cabe viabilizar a todos os alunos ocasiões de aprendizagem e permitir a superação das dificuldades deparadas no trajeto desse aprendizado. A recuperação é um instrumento relevante para levar o aluno ao sucesso escolar. Contínua ou Paralela objetivam combater a discrepância de conteúdo programático. É importante meditar, nesse sentido, o que diz Barreto (2002) nós desejamos marchar para um horizonte apontado, o da escola democrática e inclusiva, que receba as crianças, sem restrição, e dê conta de ensinar-lhes conteúdos socialmente expressivos, mas não temos conhecimentos de como fazer para chegar lá.
A experiência com a realização desta pesquisa sobre recuperação mostrou-nos que os sucessos dos alunos são mais efetivos, quanto mais domínio se tem com a programação, cumprimento e avaliação da produção. Compreendemos que quanto mais diálogo existia entre supervisor e alunos/professoras melhor era a performance destas com os alunos. Quanto mais bem preparadas elas estavam, mais eficazes eram as estimulações e as intercessões com seus alunos, descreveram.
De fato, torna-se cada vez mais indispensável que a escola abra espaço e instigue os professores, os demais membros da comunidade escolar bem corno os alunos e seus pais para discutirem a avaliação do rendimento escolar promovendo encontros os quais deverão ser ininterruptos e muito reflexivos.
E, deve-se destacar: independente dos discernimentos seguidos pela escola, não se poderá esquecer as características particulares de cada aluno. Auto- avaliação, hetero-avaliação, testes, provas, entrevistas, observação direta, observação participante bem como outras técnicas e instrumentos de avaliação poderão ser formados e aproveitados no dia a dia da escola desde que sejam decididos como meios mais apropriados.
Nessa direção da educação, da aprendizagem, da recuperação, o professor necessita ficar alerta, conversar, argumentar, mostrar, estimular o debate sem, no entanto, adotar o ato pedagógico como se fosse o todo-poderoso. Por fim, a avaliação que permite crescimento, provoca discussão, debates, funda-se numa relação dialógica e lógica. Sugere realimentação.
Contudo, em hipótese alguma, a recuperação poderá expressar castigo.
Tendo condições de, criticamente, compreender o Sistema Educativo, por certo, professores, alunos e pais compreenderão que a escola tem sua história; não esta ilhada na comunidade. Ela não nasceu por casualidade. Ao descobrirem seus conflitos pessoais, profissionais, melhor conhecendo-se a si próprios, auto-avaliando-se constantemente, com aguçado espírito crítico, os professores apresentarão maior probabilidade de desvencilhar-se de empecilhos, aprimorarem-se, desenvolver como educadores e como avaliadores, adotando decisões, acertando, errando, colaborando.
Para isso, é conveniente que o professor tenha uma visão viva dos fundamentos de seu campo de conhecimento, daquilo que é nuclear no projeto que desenvolve, dos critérios que orientam seu trabalho, dos pontos importantes de sua atuação didática e dos apontadores daquilo que o professor estima e ambiciona ver desenvolvido em seus alunos. Deste modo, poderá produzir, interpretar ou memorizar os períodos expressivos que, pouco a pouco, colaboram para formar um cenário do aluno, da classe, do projeto todo.
Mais que isso, permite que as relações pessoais aconteçam em um clima de confiança mútua e auxilia, segundo aconselha Marina (1999), que possamos fazer brotar na escola a cultura da transparência, por meio de uma relação de colaboração.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Elba Siqueira de Sá. Os desafios da avaliação nos ciclos de aprendizagem. In Progressão continuada – compromisso com a aprendizagem. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

BRASIL. INEP. IDEB: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Resultados e Metas, 2008. Disponível em: < http://ideb.inep.gov.br/Site/>. Acesso em: 02 mar 2010.

______. Ministério da Educação. PDE - Plano de desenvolvimento da educação:razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2001. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/livromiolov4.pdf>. Acesso em: 28 mai 2009.

MARINA, J.A.. Avaliação: da excelência à regularização das aprendizagens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

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