PLANO DE TRABALHO
ATIVIDADES LÚDICAS NA SALA DE AULA
¹SOUZA, Vera Lúcia Pereira de
JUSTIFICATIVA
No
dia a dia da sala de aula, professores procuram formas de tornar a educação
mais atraente e eficaz. Uma das alternativas é aliar o prazer e o divertimento
à aprendizagem. Contudo, nem sempre isso é fácil, mesmo porque os interesses e
as solicitações dos alunos são bem variados. No caso particular de jogos e
brincadeira, no entanto, quando encaminhados para a alfabetização e o ensino da
língua materna, isso é perfeitamente acessível. Por meio deles integram-se o
prazer e o aprender, sabor e saber.
De
início, toma-se a necessidade de que a escola ofereça aos alunos, desde os
primeiros períodos, oportunidades de contato com a leitura e a grafia como
práticas sociais, revestidas de significados, nas quais se procura a interação
com o outro. Nesse sentido, a noção de práticas de letramento como usos sociais
da leitura e da grafia é o pano de fundo para qualquer atuação pedagógica no
campo da linguagem.
Os
jogos e brincadeiras são extraordinárias oportunidades de mediação entre o
prazer e o conhecimento historicamente constituído, já que o lúdico é
eminentemente cultural. Por meio da ótica do psicólogo suíço Jean Piaget
pode-se notar que a compreensão dos jogos não é somente uma forma de desafogo
ou brincadeira para gastar energias das pessoas, mas meios que colaboram e
enriquecem o desenvolvimento intelectual. (JUY, 2004).
Para Piaget (1976) a atividade
lúdica é a terra natal indispensável das atividades intelectuais da criança.
Estas não são somente uma forma de alívio ou brincadeira para consumir energia
das crianças, mas elementos que colaboram e enriquecem o desenvolvimento
intelectual.
O jogo é portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício
sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria,
fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das
necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das
crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim
de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem
isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976,
p.160).
Outro grande pesquisador que, igual
a Piaget, desenvolveu trabalhos no campo da Psicologia Genética e se interessou
pelo jogo infantil, foi Henri Wallon. Avaliando o estudo dos estágios nomeados
por Piaget, Wallon fez numerosas explanações onde demonstrava o caráter
emocional em que os jogos se desenvolvem, e seus aspectos referentes à socialização,
fazendo referência à faixa etária dos sete anos, Wallon (1979) confirma seu
empenho pelas relações sociais infantis nos momentos de jogo:
A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode
realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e
também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem
duas equipes antagônicas. (p.210)
Desta forma, a escola precisa
promover a aprendizagem empregando-se de atividades lúdicas que criem um espaço
que favoreça o processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto,
o conhecimento escolar deve ser valorizado socialmente e o mesmo é um processo
dinâmico e criativo por meio de jogos, brinquedos, brincadeiras e musicalidade.
(KISHIMOTO, 1993).
Com o emprego desses recursos
pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por modelo, de jogos e
brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em matemática e diferentes
conteúdos, necessitando, no entanto, saber utilizar os recursos na ocasião
oportuna, uma vez que as crianças desenvolvam a sua inteligência e constroem o
seu conhecimento de forma descontraída. (KISHIMOTO, 1994).
OBJETIVOS
- Este Plano de Trabalho, tem a finalidade
geral de auxiliar o professor na utilização de jogos e brincadeiras para
promover tanto a apropriação do Sistema de Escrita Alfabética quantas práticas
de leitura, grafia e oralidade significativas;
- Refletir a respeito da utilização de jogos
e brincadeira no ensino da língua materna;
- Refletir sobre a importância de agrupar o
ensino do sistema alfabético a práticas de leitura e produção de textos, desde
as séries iniciais;
- Promover atividades voltadas para o campo
do sistema alfabético, leitura e produção de textos.
PÚBLICO
A SER ENVOLVIDO
- Professores, coordenadores e direção da Escola
Especial “Novo Amanhecer”;
- Alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Educação Profissional da Escola de Educação Especial “Novo Amanhecer”.
MÍDIAS
QUE SERÃO UTILIZADAS
- Gibis, livros de Histórias em Quadrinho e
Revistas de Histórias em Quadrinho.
ATORES
E PAPÉIS QUE DEVERÃO DESEMPENHAR
- Professores, coordenadores da Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Educação Profissional da Escola de Educação Especial “Novo
Amanhecer”.
DINÂMICA
DA ATIVIDADE
Leitura e exploração de histórias em quadrinhos.
Leitura livre de quadrinhos (os alunos podem trazer
gibis para a sala de aula).
Exploração das características do gênero (anotar
respostas).
Distribuição de Quadrinhos fora de ordem, para os
grupos classificarem.
Levantamento das pistas usadas pelos alunos e
registro.
Transformação de uma história pequena em
quadrinhos.
Identificação das diferenças das histórias em
quadrinhos e outras histórias convencionais e registro das respostas dos
alunos.
Sistematização pelo professor: relação texto/imagem
para coerência do texto, exploração de elementos como: expressão de oralidade,
marcação de tempo fora dos quadrinhos – acima ou abaixo, falas sempre em
balões, marcador “FIM”, onomatopéias, tipos de letra que tentam apresentar a
intensidade da fala, diversos tipos de balões de fala (pensamento, fala, sonho,
e assim por diante).
Produção de história em quadrinhos em dupla.
Planejamento da história em quadrinhos que irão
elaborar (definição de enredo, título, personagens, cenário, e assim por
diante).
Produção, coletiva, de quadrinhos de brincadeiras,
músicas infantis e adolescente, com conversa sobre as partes que devem ser
colocadas nos balões, estruturar os textos, revisão e reescrita.
Produzir ilustrações dos quadrinhos de acordo com o
enredo.
Preenchimento dos balões.
Revisão com todos os alunos de todas as partes da
História em Quadrinhos. Montagem de tudo em ordem.
Decisão de como será a capa da História em
Quadrinhos.
Produção de atividade: desenhos para colorir.
Organização do dia do lançamento da História em
Quadrinhos (Gibi), com tomadas de decisões sobre as atividades a serem
realizadas.
Confecção de cartazes do dia da divulgação da
História em Quadrinhos e também aplicação das brincadeiras escritas na História
em Quadrinhos.
Divulgação das músicas escritas em quadrinhos.
PERÍODO
DE REALIZAÇÃO
Atividades propostas para serem realizadas no 1º
Bimestre.
CRITÉRIOS
DE AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
Ao final das atividades o professor deverá fornecer
o feedback das atividades realizadas, auto-avaliar sua intervenção assim como um
todo no processo, para identificar possíveis falhas de adaptar o Plano de
Trabalho para ser bem realizado.
Os alunos deverão participar ativamente nesta etapa
de avaliação, avaliando sua participação nas atividades propostas e dando suas
sugestões.
REFERÊNCIAS
JUY,
A. F. Brincando Também se Aprende Português. 2004. Monografia. (Trabalho
de Conclusão do Curso de Letras) – FACINOR, Loanda.
KISHIMOTO, T. M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis:
RJ: Vozes, 1993.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. SP:
pioneira, 1994.
PIAGET,
J. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e
Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
WALLON,
H. Psicologia e Educação da criança. Lisboa: Vega/Universidade,
1979.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES LÚDICAS EM QUADRINHOS
ANEXO – 1
Atividade de apreensão
e explanação de história em quadrinhos
Analise
as histórias com atenção e responda às questões em seu caderno colocando apenas
o nº da questão e a resposta. A história se encontra no seguinte endereço: www.cdb.br/prof/arquivos/19046_20071009090756.doc
1-
O
que Mônica está fazendo na História em Quadrinhos?
2-
Por
que ela aparece brava no penúltimo quadrinho?
3-
Levante
suposições: o que ela vai praticar após o derradeiro quadrinho?
Analise
as histórias com atenção e responda às questões em seu caderno colocando apenas
o nº da questão e a resposta. A história se encontra no seguinte endereço: www.cdb.br/prof/arquivos/19046_20071009090756.doc
4-
Qual
a semelhança entre a HQs do Cebolinha e a da Mônica que você interpretou antes?
5-
Como
se chama a palavra que expressa o som do cachorro entrando na água?
6-
Por
que Cebolinha surge surpreso no derradeiro quadrinho?
Analise
as histórias com atenção e responda às questões em seu caderno colocando apenas
o nº da questão e a resposta. A história se encontra no seguinte endereço: www.cdb.br/prof/arquivos/19046_20071009090756.doc
7-
Onde
ocorre a História em Quadrinhos?
8-
Por
que Cebolinha está escapando?
9-
Qual
a saída encontrada por ele?
10- Qual é a classe gramatical da palavra que
aparece no derradeiro quadrinho?
Analise
as histórias com atenção e responda às questões em seu caderno colocando apenas
o nº da questão e a resposta. A história se encontra no seguinte endereço: www.cdb.br/prof/arquivos/19046_20071009090756.doc
11- O que Cascão está
fazendo no começo da História em Quadrinhos?
12- O que sai errado na
história?
13- Como ele tenta
resolver o problema?
Analise as histórias com atenção e responda às questões em seu caderno colocando apenas o nº da questão e a resposta. A história se encontra no seguinte endereço: www.cdb.br/prof/arquivos/19046_20071009090756.doc
14- Onde ocorre a História
em Quadrinhos? Quem compartilha dela?
15- Como Cebolinha
consegue levar à foca daquele lugar?
16- O que deu errado nos
seus planos?
17- Todas as Histórias em
Quadrinhos apresentam que tipo de linguagem dominante?
SUGESTÕES DE SITES COM ATIVIDADES LÚDICAS DE
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
- Como Histórias em Quadrinhos com os alunos:
http://www.educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/como-construir-historia-quadrinhos-com-os-alunos.htm
- Histórias em Quadrinhos: http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/historia-quadrinhos-1.htm
- Histórias em Quadrinhos Aventuras de uma
Lata de Aço: http://www.lataco.com.br/zipzapzup/akilata/latacoakilatatrabalho4.html
- A construção de Histórias em Quadrinhos por
alunos autistas: http://www.nce.ufrj.br/sbie2003/publicacoes/paper41.pdf
- Criando uma História em Quadrinhos com
Tangran: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=237
Tangran: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=237
- Explorando o Jornal: - Formas de Utilizar o
texto jornalístico em diferentes disciplinas: http://www.appai.org.br/Jornal_Educar/jornal35/interdisciplinaridade/jornal.asp
[1] Professora QPM, 31 anos de Magistério, Professora
PDE/2009, Projeto: Educação Profissional para Alunos com Deficiência
Intelectual Significativa - Oficinas Pedagógicas, graduada: em Ciências físicas
e biológicas, com habilitação em matemática para 1º grau e ensino médio e em
Pedagogia, Assistente Social, Pós-Graduada em: Profissionalização da Pessoa
Portadora de Deficiência Mental (UEL); Magistério Superior (TUIUTI); Arte,
Educação e Terapia (FAPI) e em Psicopedagogia Institucional e Clínica (UNIMEO).
Blog.: http://deficinciaintelectual.blogspot.com
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